Counseling empresarial; quando procurar um?


O counseling faz-se necessário quando:

1. Os profissionais estão fora de flow, isto é, existem tensões evidentes na relação entre as pessoas, suas capacidades e as demandas do ambiente. Tensões no sentido de decisões adiadas, perdas com custos ou desperdícios, algum tipo de sofrimento, por stress, por apreensão mais profunda. Também forte apatia e mau uso do julgamento podem estar presentes. Pessoas fora de flow em geral são o reflexo de alguma distância maior entre complexidade do trabalho e capacidade das pessoas.

2. Quando há conflitos de valor, de expectativas. Em geral envolvem questões que afetam novas decisões em torno de carreira, futuro e melhor uso das capacidades potenciais.

3. Novas decisões estão sendo procuradas por parte da pessoa. Isto pode refletir um momento particular, onde as questões estão além do desempenho.

4. Pode haver questões comportamentais específicas, como auto-gerenciamento de particularidades da personalidade, como agressividade, egocentrismo, arrogância, inacessibilidade, interferência, que podem ter causas num outro plano pessoal, nem sempre acessível ao gestor.

5. Quando um conhecimento especializado é fundamental para reverter um padrão comportamental.

6. Quando alguém, por uma promoção, pode não antever ou compreender especificamente o escopo de seu trabalho.

7. Quando novas decisões de carreira estão sendo consideradas.

O gestor é a peça fundamental no desenvolvimento. Porém, há casos em que o gestor não tem as habilidades de conseling. É uma oportunidade interessante para alguém externo atuar como counselor e desenvolver novas tecnicas com gestores, fazendo com que estes completem suas bases de habilidades.
Formar a liderança  potenciliza os resultados do papel gerencial.
O gestor pode não ter habilidades específicas. Mas isto pode ser desenvolvido.
Porém, é contra a natureza essencial do gerenciamento retirar do gestor a responsabilidade por este papel.
Do ponto de vista do liderado, ações combinadas de counseling podem ter alto valor agregado. Enquanto o processo de coaching busca reverter às dificuldades de desempenho, o de counseling facilitará o desenvolvimento de insights.

Muitas vezes, questões de desempenho são explicadas e superadas por reflexões acerca da história pessoal e por sua contextualização em novas perspectivas, favorecendo novas escolhas. Uma visão retrospectiva como também uma contextualização em relação ao futuro farão enorme diferença.
Nesse aspecto, o tenho uma atuação diferenciada do mercado, por possibilitar o diálogo sobre algumas estimativas de capacidade potencial futura - no longo prazo - muito distinta do foco centrado em competências de outras instituições. Em geral, as pessoas em counseling mostram que conhecem muito bem suas competências. Porém, pode faltar-lhes perspectiva ou recursos para uma reflexão motivadora acerca do tamanho de ambiente em que querem atuar e com qual grau de turbulências estarão confortáveis. Sempre há aprendizado importante nos processos. Ninguém muda sem o próprio consentimento.  Counseling esta fundamentads num profundo interesse e respeito entre as partes.
Maturana (2000) centra essa discussão em torno das "relações sociais". Seus instigantes comentários incomodam. Para ele, o que caracteriza as relações sociais é o compartilhamento de emoções que trazem em si o interesse por cuidar e conviver legitimamente, uns com os outros. Fala do amor, sem incorrer nas questões mais espirituais. O amor biológico, do qual nós dependemos. Segundo ele, somos seres amorosos e adoecemos quando se interfere com o amor em qualquer idade. Ele diz que não vemos isto porque entendemos a dinâmica biológica e confundimos o que acontece com um ser vivo em seu viver com o que parece acontecer nele a partir do que vemos em sua relação com seu ambiente. Confundimos o ser com o aquilo que imaginamos que seja a reação do ser às suas experiências. Em sua linha de raciocínio, nem todas as relações humanas são de mesma classe, pois ocorrem sob emoções distintas. Relação social tem a ver com mútua aceitação. A partir daí, contrapõe: relações políticas não são relações de trabalho nem, também, relações sociais, porque relações políticas e sociais ocorrem sob emoções diferentes entre si e diferentes da emoção que define o trabalho. No trabalho relacionamo-nos sob a emoção da obrigação; nas políticas há as emoções do engano, da manipulação; nas relações sociais estamos na confiança e no respeito mútuo. A cooperação ocorre nas relações sociais, não nas relações de domínio e sujeição. Implicam confiança mútua e ausência de manipulação ou instrumentalização das relações. Portanto, relações sociais quebram a manipulação quando esta aparece.
Esse é o grande desafio para os processos de coaching gerenciais: trazer as relações para o âmbito das relações sociais, onde há confiança mútua e possibilidade de crescimento.
Referências: Stamp, Gillian. Material interno do Bioss International e Instituto Pieron. Maturana, H; e outros. Formação humana e capacitação.